Veterinária alerta para os riscos dos fogos de artifício para pets durante festas juninas
Barulho das explosões pode causar estresse, traumas e até complicações cardíacas e respiratórias em animais; especialista recomenda alternativas visuais silenciosas

Mesmo sendo parte tradicional das comemorações juninas, os fogos de artifício com estampido continuam gerando riscos graves à saúde e ao bem-estar dos animais domésticos. De acordo com a médica-veterinária Kátia Freire, professora da Universidade Potiguar (UnP), os sons intensos e repentinos podem desencadear crises de ansiedade, problemas respiratórios e alterações cardíacas em cães, gatos e outros pets, especialmente os mais vulneráveis.
“É preciso compreender que os animais possuem uma audição muito mais aguçada que a dos seres humanos, em alguns casos, até dez vezes mais sensível. Por isso, o barulho intenso e repentino das explosões provoca reações de medo, dor, estresse e desorientação”, explicou a especialista.
Efeitos colaterais podem ser fatais
Segundo a veterinária, os efeitos do barulho nos pets variam de tremores e latidos excessivos até fugas e mortes por estresse.
“Infelizmente, não são raros os casos de animais que morrem em decorrência do estresse ou que fogem em desespero e acabam atropelados ou feridos”, alerta Kátia.
Além dos animais, o barulho também atinge pessoas com hipersensibilidade auditiva e neurodivergentes, provocando crises intensas de dor ou pânico.
Filhotes, animais idosos ou com doenças preexistentes estão entre os mais suscetíveis. A professora da UnP também destaca que os impactos não se restringem ao momento da explosão dos fogos. O trauma pode persistir, gerando fobias sonoras e até comportamento agressivo.
“Muitos desenvolvem fobias sonoras, comportamentos agressivos ou medo de ambientes abertos”, completa.
Como proteger os animais
A principal recomendação da especialista é clara: evitar fogos barulhentos. “Já existem alternativas modernas e encantadoras, como espetáculos com drones e projeções visuais — soluções inovadoras e ambientalmente corretas”, sugere.
Quando não for possível evitar o contato com os sons, a orientação é abrigar os animais em locais fechados, seguros e tranquilos. Música ambiente suave pode ajudar a abafar o som externo. Para casos recorrentes, o ideal é buscar ajuda profissional.
“Se o animal já teve crises em anos anteriores, é fundamental procurar um veterinário. Em alguns casos, pode ser necessário um tratamento com medicamentos ou técnicas de dessensibilização”, explica Kátia.
Sobre a UnP e o Ecossistema Ânima
A Universidade Potiguar (UnP) atua há mais de 40 anos no Rio Grande do Norte e mantém unidades em Natal, Mossoró e Caicó. Oferece cursos presenciais e a distância em diversas áreas, incluindo graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado. A instituição integra o Ecossistema Ânima, um dos maiores grupos privados de ensino superior do país.
O grupo reúne cerca de 370 mil estudantes em mais de 500 polos educacionais no Brasil e também abriga iniciativas voltadas para inovação na educação e formação médica, como a Inspirali, responsável pela estrutura acadêmica dos cursos de Medicina nas instituições associadas.
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